9.2.11

Cerveja e amendoim

Meu trabalho às vezes judia. Porém, acabo de perceber que, atualmente, é mais fácil ser publicitário, do que Pizza de Mozzarella. Vejam o panorama: até meados dos anos 80, a Mozzarella tinha a vida ganha. Uma delícia, todo mundo a adorava. Uns até colocavam um tomatinho junto, mas sem comprometer a arquitetura da coisa que tinha o orégano como coadjuvante de destaque. Porém, certo dia, algum inconformado com a vida resolveu adicionar nesta maravilha do mundo algumas lascas de parmesão. E, como se não bastasse, outro doido foi lá e experimentou a combinação com o catupiry. E, para comprovar definitivamente que o ser humano é um eterno insatisfeito, alguém misturou tudo numa verdadeira suruba gastronômica e pronto, nasceu o mostro da Pizza 4 Queijos. Aí você diz: "Ah, mas eu gosto". Tudo bem, mas a mussarela não resolvia a sua vida e da sua família? Você dirá que não e eu te darei um tapa de luvas, rebatendo com um "sim", claro que resolvia! Se não fosse assim, se 4 queijos unidos tivessem o poder de acabar com os problemas palativos mundiais, algum desvairado não se atreveria a ir além. Mas assim se fez. Fatality: 5 queijos e borda recheada de cheddar. Uma cadeia de absurdos que não tem fim. E olha que todas essas minhas lamúrias não tem o objetivo de provar que somos eternos chatos ou que o homem está em constante evolução, aprimorando fórmulas e blá, blá, blá. Esse papo aqui é só pra dizer que, uma hora ou outra, você vai voltar pra Mozzarella. Uma hora ou outra, seja no assunto que for, você vai voltar pro básico. Ah, e porque a Mozzarella é o meu sabor favorito.

29.7.10

Interseções cotidianas


- O que você tem a me dizer sobre a solidão? - com olhar de clemência, perguntou o cão a seu dono.

Há anos aguardando essa resposta, ele observava atento seu mestre, que comia batatas chips no sofá. Como de praxe, as respostas não vinham. Então, para passar o tempo, o pulguento resolveu se limpar, lambendo as patas, as axilas caninas e o saco. Cansado da posição, virou a barriga para o céu e passou a se remexer de forma inquieta e a emitir sons estranhos. Era o lombo que coçava. E somente a pontinha do tapete de pêlo sintético podia colocar fim àquele terrível incômodo.

E no exato momento em que a coceira se findou, um som à porta chegou às orelhas do nosso simpático e inteligente dog. Era a sua dona quem entrava. Trazendo a tiracolo um dono filhote e uma sacola plástica com roscas de polvilho. Ela parecia brava, muito brava. E sem ao menos lhe dar o costumeiro olá de chegada, dirigiu-se a seu dono num nítido tom de indignação:

- O que você me diz sobre o abandono? - apenas observando, o cão riu ironicamente e antecipou-se:
- Ele não vai responder. Ele não sabe o que é isso.

Mas, mais do que responder, ele falou. Falou transparecendo uma aura diferente. Uma aura alaranjada. E mais do que dizer algo, ele desabafou:

- Abandono? Você quer saber o que é abandono? Isso é abandono - apontando para o balcão do bar, onde estava um Peixe Beta, que completara 6 anos na residência.

A dona observou em silêncio e suspirou num tom de conformismo. O beta também parecia conformado. Já o dono se sentia convicto.

E o cão, por pertencer a uma raça de médio porte, nunca conseguiu avistar o que havia sobre aquele balcão do bar. E continuou se considerando o mais solitário daquele grupo.

11.3.10

E ela resolveu morrer


Escreveu a carta de despedida na qual listou os grandes amigos, falou de familiares e das coisas que mais gostava. Fez o que mais a divertia e usou o perfume que lhe agradava. Estava feliz, leve e pronta. Vestiu uma calça confortável, soltou os cabelos e passou uma leve maquiagem. Meditou e encontrou a introspecção. Sussurrou ao vento a música que seu pai cantava quando ia dormir.

Pulsos, pescoço, coração e altura. Gilette, prédio e corda. Faltava apenas a flor.

Pela janela avistou galhos que refletiam as cores pastéis da estação: era outono. Respirando fundo, discou à floricultura:
- Olá, gostaria que vocês me entregassem uma rosa. Uma Rosa Negra.
- Senhora, só temos Rosas Vermelhas e Amarelas.
- Sabe me dizer onde eu posso encontrar uma dessas?
- Senhora, esse tipo de Rosa não existe.
- Ok. Obrigado então.

Com o insucesso, ela desistiu de morrer.
E foi pra aula.

21.8.09

O Bom e Velho


Olhar de Criança: mundo perfeito, famílias unidas, realização sustentada por relacionamentos. Pessoas próximas se amam. Ingenuidade. Olhar de adolescente: o mundo conspira contra. A família mostra-se desatualizada, brega e fora de contexto. Os amigos são felizes. As músicas ganham distorção. Olhar de Pós-Adolescente: o amor chega, com ele a desilusão. Acompanha também: as primeiras notas de Trip Hop, o trabalho médio-remunerado, o Vale-Alimentação e a falta de convicção sobre basicamente tudo. Olhar de Adulto: trabalho remunerado, família feliz ou a decisão pela exclusão. Pessoas que se amam, poucos e amados amigos, músicas todas e as primeiras notas sobre o futuro e o passado. Olhar Sobre a Vida: saudosismo familiar. O amigo que restou e músicas da pré-adolescência entregues com afeto aos netos. Amor por animais, roupas bregas e convicção de que tudo aquilo que passou foi bonito, mesmo quando feio. Talvez o mais belo olhar de todos: o de rugas.

6.7.09

A crise dos 24


Eu não poderia passar por esta marca sem um fiel registro dos acontecimentos.

Todo homem que se preze já presenciou um companheiro de raça fazendo graça com a cara de um outro jovem em seu vigésimo quarto ano de vida.

E eu, desde abril, estou passando por esta provação. Poxa vida, foram tantos e tantos anos trabalhando para combater qualquer tipo de deslize neste momento. Foram meses a fio mantendo uma conduta idônea, de um rapaz de família, educado, namorador de belas meninas, honesto, trabalhador e de humor refinado.

Mas não teve jeito. Eu juro por mim mesmo, por Deus, por meus pais: eu fiz de tudo para que isso fosse evitado. Mas, infelizmente, estou sofrendo e está difícil manter o sorriso.

Peço encarecidamente: parem com essa piada. Desde 1977 ela não tem mais graça alguma.

23.4.09

Martelinho com limão (limão-da-pérsia)


Dei abertura a este tema no Twitter e os 140 caracteres não me sustentaram: 
"A moda agora é o Turismo Psicológico: em tempos de crise pessoal, todo mundo deseja sair do Brasil e tentar uma vida nova lá fora. Reparem". 
A empresa paga pouco? O namorado foi embora? O namorado nem chegou a existir? O emprego não veio? Tá difícil conviver com seus familiares? Ah rapá, acorda! Pede socorro pros seus pais ou pegue o único dinheiro que você conseguiu guardar na vida, largue tudo e vá pra Europa. 
Vá lá e experimente como é ser pobre: Não ter cartão de crédito, não poder gastar 15 libras no McDonalds, não ir ao cinema com as amigas no domingo. Aí, quando você cansar dessa vida miserável, você volta. E volta a viver os novos ares brasileiros, agora com cartão de crédito mais controlado, provavelmente um curso de moda ou gestão empresarial bancado pelos pais (agora) muito mais compreensivos. 
Enquanto isso, na vida real brasileira, quem é pobre e tá fudido de verdade, também viaja pra espairecer: churrasco na Graciosa. E durante a semana o boteco é o refúgio. Sem choro, nem vela, nem msn.

8.3.09

Momento Freegells.

Os momentos que mais me pego pensando na vida são quando os planos não dão certo. Seja qual plano for. Uma festa que ninguém apareceu, um encontro que não aconteceu, um molho que ficou salgado, uma viagem que furou, uma distração que rendeu um belo acidente de carro, um horário que foi perdido, uma entrevista que não rendeu emprego.
Mas e quando as coisas dão certo? Você descobre que o coração dela bate mais forte quando te vê, a carne que fica com um tempero perfeito e a galera fica feliz, teu projeto é aprovado com louvor, a sua nova TV é adquirida numa promoção em que o mercado anunciou o preço errado.
Coisas que dão certo não necessariamente fazem pensar. Elas rendem um sorriso, alguns pontos positivos em seu Ego e ponto.
Vencedores ao extremo são chatos e perder é foda! Fiquemos com o meio-termo, combinado?

24.2.09

Eu fico Puto.

Ih. Aí vem ela dizendo que gosta. Ela diz mais. Diz que ama. Ama o quê? Diz que é legal, diz que combina. Diz que é na medida certa e diz também que a química funciona. Química e física. 
Diz que é descolada e o que os estilos caminham lado a lado. Diz que é isso que ela quer pra vida dela.
Meu Deus, como que eu não vi isso antes? Como eu não vi tudo isso ali. Bom, alguma coisa deve ter nessa história. Aí por segurança (ou insegurança) eu acabo batendo o pé e discordando.
Tá certo que até aí eu nunca saberia se ela tinha razão. Mas foi ela que quebrou a estátua do coração.
Mas certo dia, quando eu estou me sentindo ainda mais incoerente, pestanejante, inconsequente e medroso, ela vai lá e devolve todas as minhas razões e convicções: 
Acreditem, ela entra pro Escoteiro!
Como assim? Ela sempre foi uma deles e eu nunca vi? Mesmo sabendo que um cara legal, descolado e perfeito como eu acha o escotismo algo palha, ela reitera que é do tipo deles?
É, amigo. Cuide-se com os trejeitos que estão por aí. Eles só querem te seduzir. Se não o fazem, transformam-se em algo novo. 
E aí, dá pra acreditar?
Bom, disso tudo tiro uma lição: até que eu consigo ser conclusivo.

18.2.09

Momento Blasé.


A moda agora é ser autêntico. É dizer o que pensa, é dar o cu, chupar rola e falar pra todo mundo que gosta.
É usar a roupa que quer, sem sem importar com o que os outros pensam. É usar suspensório, chapéu e AllStar, tudo com terno, terno com meia-calça, calça fusô com jaqueta de couro sintético.
Ser autêntico é postular na pele seus sentimentos, é cobrir o corpo com frases do tipo "maximize-se". Autêntico é sentar para beber em qualquer lugar. Beber pinga com hortelã.
Autenticidade na comunicação, impondo a condição de ser autêntico. Divulgue a autenticidade, vincule imagens boas a elementos melhores ainda. Traduzindo que aquilo ali é o que você quer ser. Seja o que for. 
Ser autêntico é a última tendência. No caso, a última tendência dita por alguém verdadeiramente autêntico. Pelo menos na hora de criar moda.
Ai que nojo de mim.

2.2.09

Milhares de linhas em meia dúzia de palavras.




Na falta de um samba a dois me vi passeando e refletindo: quem se atreve a me dizer que ser o vencedor basta, ou que sendo menos que isso tá bom? A vida é feita de picos, de altos e baixos. O primeiro amor pode ser o último romance, nunca se sabe. Encontre-se em alguém, numa praia qualquer, no alto do sétimo andar ou num bosque. Mas a outra chance que você tanto queria pode estar mais perto do que você imagina. Antes de tudo encontre-se em você, seja o velho e o moço, projete mais e vá além do que se vê, o pouco que você sabe da vida pode ser o suficiente, só não demore para não acabar vendo somente o pouco que sobrou de uma conversa de botas de batidas. Melhor, faça assim: deixa o verão pra mais tarde, olhe para o lado de dentro e perceba que um par melhor que o seu coração não há. Conheça-se mais e entenda o motivo de tudo isso aqui. Encontre também um motivo para eu ser assim, um motivo que explique de onde vem a calma. E encontre.

23.1.09

Ela vem pela montanha, ela vem.


Tapando-a com a mão esquerda para preservar a temperatura, em minha caneca trago uma generosa medida de chá.
Em minha mesa, noto que o cheiro da hortelã se espalha pelo ambiente. O aroma é bom, relaxa e conforta. Fico ali, meio contemplativo, meio sei lá. 
Acho que o cheiro lembra minha casa antiga, lembra infância. Dou uma rebobinada na história, volto alguns anos. Minha mãe sempre me deu chás para beber. E eu sempre gostei.
A sensação de contemplação é excelente, quase intra-uterina. E lá estou eu, em segurança, acalentado, aconchegado com um chá. Sem frio, sem dor, sem medo. Sem carência alguma, a sensação é boa, mas preciso descrevê-la.
Para isso, dê uma espiadinha no You Tube. Vamos constatar a tese juntos: Na busca tecle "Donald Duck - Camping Trip".
Cá está ele. Um clássico episódio do desenho que mais fez parte da minha infância. A trilha sonora vêm com tudo, arregaçando sentimentos e constatando minhas desconfianças: sensações que remetem à nossa infância são confortantes e acolhedoras. Gostamos e nem sempre sabemos porque.
Gosto de uma mantinha marrom xadrez e gosto do cheiro de pré-escola: massinha de modelar, sanduíche de pão de forma sem casca com manteiga e Quick Morango. E que tal a mescla de Gelatina de Cereja com as trilhas sonoras do Tom e Jerry? 
Relaxe. Ouça o programa "Nas trilhas do Jazz" na Lumén FM e aconchegue-se também.
De momento descerei para recarregar minha caneca e, com a Camomila, voltarei a 1989. 

15.11.08

Eu já fui mais.

Já falei mais besteiras, já compartilhei mais momentos felizes. Já tive mais pessoas à minha volta e já tive mais coisas para fazer. Já corri mais, já li mais, já estudei mais. Já vi mais TV, já ouvi mais música. Já fui mais organizado, já fui mais coletivo. Já comi melhor e em mais lugares. Já namorei muito, já fiquei e já flertei um tanto. Já estive mais tempo ao computador, já fiz mais exercícios e já fui mais divertido. Já demorei mais no banho e já visitei mais a minha família. Já passei mais tempo na praia, já escrevi mais, já bebi mais e já fiquei rodando de carro sem rumo, mais, muito mais. 

Já fiz tudo isso. Hoje já não mais. Já não dá mais. 


Mas já hoje eu dormi. Ando dormindo demais. Bom, agora tanto faz.

10.10.08

Motivos para tudo.


Vai entender né. Um dia o céu está bonito, o seu sorriso está lindo, a sua simpatia é reluzente. As folhas estão verdinhas, o pé de laranja-lima carregadinho. No outro dia você amanhece com uma pequena dor no tornozelo esquerdo, esquisito. Quando abre a janela, o pé de laranja-lima secou. O céu acinzentou, o dente caiu e não existe mais brilho para refletir. A luz é rara. Vai entender né. 

Somos realmente coisas esquisitas. Mas dizem que é assim mesmo. Aparecem dias de alegria, outros dias com muito mais alegria e um dia alegre com um filme ruim. Uma música ruim, uma pessoa ruim e um Risoles ruim. Pronto, tudo parece um combinado, um combo, uma armação. Acaba o humor, acaba a paz, perde-se a linearidade. Para muitos isso acontece, a cama é refúgio, o travesseiro é alento e a escuridão é a fuga. 

Para mim não. Eu odeio Risoles e laranja-lima.

(aplausos).

1.10.08

Asas da liberdade


Nada de hiato criativo, nada de abandono ou desdém com meu espaço de lamúrias. Após alguns meses, penso em voltar. Mais bonito, mais gordinho, mais forte, mais sabido, mais, mais! Prolapso é persistente, é chato, é incômodo. Prolapso faz parte de mim. Faz doer, lateja, pulsa. Pulsa menininho, pulsa! Pulsa e voa com o vento, voa com um motorzinho, voa com um assopro. Mas voa, porra.

5.4.08

Cuidando do que é nosso


Almocei na semana passada lá no Restaurante Popular. Um cara que estava sentado ao meu lado pediu uma coca zero. Imediatamente o pobre rapaz foi retribuído por um acintoso "não trabalhamos com Coca-Cola, só temos Aquarius e Guaraná Taí". Ê, ó o tipo dessa SPAIPA. Quer o que da vida? Financia o bandejam mas quer implementar sua lazara política comercial. Marketing Soclal do inferno. O povo quer Coca! Quedelhe o tal comprometimento com a nossa vontade? Agora vem o ponto crítico caros leitores, peço atenção de todos: claramente estão enquadrando o Restaurante Popular num centro inicial de emboscada à nossa venerada e tão bem quista Cini Guaraná com Abacaxi. Esta estratégia deve ser coibida. Empurram Taí pro povo, em breve, em todos os mercados essa cousa estará a preço de banana e pronto, matam as nossas queridas talibãs Dolly, Wimi e Schin. Não deixem que derrubem o mais fantástico produto criado em nossas terras. Cini, um produto que é, de longe, melhor que o Luis Mello e as bandas Blindagem e Terminal Guadalupe. Que deixa a Marjorie Estiano a ver navios e a Guta Stresser no chinelo. Vamos proteger o que é nosso, diga sim ao Prato Popular, mas dê um não a extinção da grande pérola paranaense. Cini Guaraná com abacaxi, a menina-dos-olhos da Terra das Araucárias, nós amamos você!

24.2.08

Não dá para entender, mesmo.


Ele chegou em casa, ligou o computador, acendeu a luz, largou a mochila, abriu a janela, deu uma olhada se o pc estava iniciando normalmente, foi ao banheiro, saiu, tirou o tênis, a jaqueta e sentou-se na velha cadeira do flerte. Ué, o msn não estava conectado, ao lado do ícone, o X na conexão decretava "O cabo de rede local não está conectado".
Cabrummm! A noite dele acabava de ser derrubada, mas calma, calma, "alguém deve ter puxado os cabos, só pode, nham, vejamos...tudo ok, shit".
As mãos do jovem tremiam, eram os sinais da abstinência, a falta de conexão com exterior começava a se mostrar perigosa. O mancebo estava de fato alterado, não mais via alternativas, não havia o que fazer e, num instante a noite ficou nublada, os contatos não estavam online, obviamente isso tinha explicação, a temência pela segurança de seus amigos estava evidente. O que estaria acontecendo no mundo nesse momento? Por via das dúvidas ele pegou o celular e ligou pra casa:
- Mãe, mãe, oi, tá tudo bem? (...) Por nada não, só liguei pra ter notícias mesmo, alguma novidade? (...) ah, então tá, vou..vou...vou fazer umas coisas aqui, um beijo, boa noite.
Sabendo que estava tudo bem em casa pelo menos, ele se deitou em seu sofá cama e dormiu, muito bem por sinal, como a anos não dormia.
(...)
O dia seguinte amanheceu bonito, a conexão havia retornado, a tarde foi tranquila, a noite passou rapidamente e na madrugada os inexplicáveis problemas com a falta de sono voltaram à tona.
Vai entender né.

3.2.08

Kamikazes do Água Verde


Incrivelmente eles se arriscam, muito me impressiona a astúcia desses seres. A velocidade e o reflexo são elementos indispensáveis, pré-requisitos me parece. Fico me perguntando o porque deste risco desnecessário. Necessidade de adrenalina ou puro desprezo ao valor da vida? O curioso é que eles parecem se divertir com tudo isso. Quase uma roleta-russa!

O que me remete esta história foi um ocorrido no começo da semana que passou. Eu estava passando pela rua Santo Amaro, aqui perto de casa, quando mais um deles surgiu na frente de uma Belina verde, o senhor que a dirigia nada pode fazer. Puft! Mais uma morte ali, a 10 metros de mim. A cena voltou a se repetir. Até quando as Alamedas Curitibanas conviverão com isso? Até quando esses passarinhos vão ficar brincando de dar vôos rasantes à frente dos carros? Respeito a vida, é o que pedimos, senhores Pardais e afins.

31.1.08

Teoria da evolução, o car****!


Estava eu lendo o Globo Notícias quando me deparo com a alarmante chamada:

"A Suprema Corte da Áustria bateu o martelo na última terça-feira (15): chimpanzé não pode ser considerado gente".
Instantâneamente dentro de mim, sentimentos de ressurreição e justiça voltaram a se aflorar! Só pra complementar a história, o tal Chimpanzé será despejado do abrigo em que está hà mais de 26 anos e agora, um grupo de Ativistas Patetas querem o adotar, para evitar que o bicho vire um sem-teto. Esses palhaços argumentam: "apenas sendo tratado como ser humano é possível assegurar, ainda, que ele não seja vendido para fora da Áustria".

Eu digo Basta a essa relação Macaco x Humano e um Viva a Corte Austríaca. Amigos, isso não se trata simplesmente de uma briga pela defesa da nossa gente. Estamos falando da afronta a nossa dignidade! É a ideologia humana sendo botada em xeque. Ééé, lembro-me bem, como se fosse hoje: " Planeta dos macacos" E tudo aquilo que eles fizeram e ainda fazem com a nossa gente por lá, hein, hein? Faca no pescoço e humanos mudos, falsas macacas psicólogas, algemas nas mãos de nossos jovens, chicote, escravidão! Agora sim, macacos colocados no posto que merecem: de Sagüis, Chimpanzés e afins.
Avante!

10.1.08

Embalagens


Há mais ou menos 3 minutos atrás eu estava sentado em minha cama pensando no seguinte: "Meu Caralho, como essas pessoas são uma coisa de louco". Com este pensamento super moderno e devastador, continuei divagando comigo mesmo:
"Como as pessoas conseguem mudar o comportamento efetivo da noite pro dia? Não pode. Tem imbecil que volta a andar com companhias absurdas, a fumar, troca de time. Isso depois de 10, 15 anos". Mesmo sabendo que isso é uma recorrência obviamente deplorável, mantém a postura por pura necessidade de auto-afirmação. E que, na verdade, é um simples esconderijo, quase como uma criança que se esconde debaixo da mesa. Mas Deus, porque isso? Rebelia? Quanta ingenuidade, não tem nexo! Pois é, e o pior é que, em muitas vezes, estas são consideradas pessoas que "sabem o que querem". E este suposto ato louvável? É louvado pelo próprio grupo fragilizado que a acolhe! Uma, novelinha interna. Não existe constraste, todos iguais.
Agora eu gostaria de partir para a apelação tachando este tipo de grupo. Rotulação pura mesmo. Que tal "Idiotas"? Não, não. "Ignorantes"? Nham não. Os "Regressistas"? Ahm, engraçadinho, mas não. Rá, óbvio, muito desses são chamados de "caras de atitude" não? É isso: "REVOLUCIONÁRIOS" Taí!
Bom, ok, agora estou satisfeito. Deixarei eles em paz. Eu fico por aqui mesmo, sendo tachado de cuzão.
(Puxo a descarga e volto pro meu quarto).

21.12.07

Churros e água de coco


Estava eu lá, naquela cena patética de começo de verão. Meu veículo estacionado, com cara de cansado, sem reação alguma. Bato na partida e nada.
Estou imóvel, derretendo no início da rodovia Alexandra Matinhos. No momento, cerca de 84º à sombra, 11:30 da manhã.
Dia 23 de dezembro, a estrada está um inferno, são mais de 250 mil carros por minuto, liguei para o serviço da concessionária da estrada, mas a musiquinha de atendimento está rolando a cerca de 20 minutos e a bateria do meu telefone está acabando. O desespero está começando a dar as caras. Quero só ver, vou lá, abro o capô por puro desencargo de consciência, rá, tudo ok. Fecho e torno ao veículo.
Bem, estava eu ali, me entretendo com uma formiguinha no chão, quando ouço uma buzina "Fóh-fóh" muito típica dos Fiestas. Avisto uma espécie dessas mesmo, vindo lentamente e estacionando logo à minha frente, veículo verde-escuro. Meu Deus, ajuda!
Como num passe de mágica, uma morena fabulosa desce em vem em minha direção. Sainha branca, blusinha verde, com as costas abertas, me dizendo logo de cara um incrível e irretocável:
- Oii! (Meio que inclinando a cabeça pro lado, sabe?)
Eu sem enteder nada, respondo:
- Gaps, cof, cof, éh, oi! ããã!
Ela devolve:
- Haha, não se assuste, sabe, fiz um curso de mecânica a pouco tempo e tanta gente já me ajudou, acho que chegou a hora de eu retribuir a altura! Eu totalmente travado fico observando incrédulo a situação Hollywoodiana que estava ocorrendo comigo. Sinto-me em êxtase total e rapaz, não é alucinação não, é verdade, ó!
Ela entra no meu carro, abre o capô, dá uma olhada, um sorriso de canto de boca, vira-se, chega à cerca de um palmo do meu rosto e declama:
- Arrumo isso fácil, mas agora resolvi impor uma condição! Neste momento eu já não mais pensava no meu carro, queria saber da condição! Bom...condição imposta e aceita!...
58 minutos depois ela volta para seu carro, eu com cara de "minha mãe do Céu" vejo ela partindo. De longe ela vira-se para trás e diz:
- Ah, o problema do carro. Rebimboca da parafuseta!...e parte, para nunca mais voltar.
Entrei em parafuso na hora "Que louca, meu Deus", só queria... sou muito foda! Excelente, uhul!...
Bom, neste momento estou dentro do guincho da Ecovia, ainda nem estou ligando para o problema no carro, mas esse mecânico chato não para de falar.
E eu, bem impaciente...
- Ãhm, que foi?
- Amigo, teu carro tá com a Rebimboca da parafuseta estourada mesmo!
Estanhei os olhos na hora:
- Ãhm, como assim? Essa peça existe?
Ele retrucou:
- Claro ué, como não? A menina do pronto-atendimento deve ter adiantando isso pra você, né?
- Ãhm, cof-cof, gap,nhá, como assim, menina do pronto-atendimento?
- É rapaz além de TUDO, elas entendem de mecânica também, ouvi falar que isso é coisa dos hóme do marquetim da empresa. E dizem que deu certo! Ninguém mais reclama da demora do atendimento!
E eu, permaneci em silêncio até a chegada no litoral.

26.10.07

Tiiiimm Festival

Lá vai o povão descolado reunir-se para o maior evento popular alternativo da cidade. "Popular alternativo", tese e antítese reunidas. A Pedreira Paulo Leminski vai tremer. Tremer "de quê" é a dúvida. Milhares e milhares de AllStars do James degladiando-se com Rebooks advindos de busdoor, intervalo do Huck e dos mobiliários urbanos. Os Xadrezes irão ver a Bjork ou expor suas calças justinhas? Os Reeboks irão ver o Arctic Monkeys ou o maior evento de música que nunca ouviram na vida? No final das contas, ninguém vai ouvir música. Nem eu. Mas irei de Adidas. Adoro cada umas das 3 listras. Ah eficácia midiática! Uhul!

22.10.07

Contatos

Curitiba - Terça-feira, 23h56m.

Tudo parece calmo na rua José Kloss, os cães não latem, os gatos não choram, os vizinhos não ouvem música, nenhum aniversário, tampouco alguma festinha de empresa com videokê. O computador está flat, nada de novo, somente o outlook avisa "há uma mensagem não lida". Vou lá, olhar.
Esse clique a seguir quebraria toda a serenidade do instante. Como num passe de mágica, a visualização do e-mail ativou algo externo, um ruído incrível, desconexo e inconstante. Me assustei mas ao mesmo tempo não tive medo, era um som encantador, lembrava a minha infância, fiquei imóvel. Os cães da vizinhança não se manifestavam, eram passivos, pareciam acostumados com aquilo, não viam nada de novo. Tentei olhar pela janela. As luzes vinham de encontro ofuscando minha visão, eram piscas ininterruptos, vermelhos e amarelos, vermelhos e amarelos. O som ia ficando cada vez mais alto, os ruídos lembravam o jogo Space Invaders do Atari "Pi, pi, pi, pi, tuimmm tuimmmm tuimmmm". Aquilo foi se instalando no meu interior. Tentei me manter calmo, mas percebi que havia algo de errado.
Minha casa, por ser a última de uma rua sem saída, sempre será alvo dessa situação? Esses caminhões de lixo precisam mudar essa musiquinha da ré agora! A coleta precisa ser adiantada! Alô sr. Beto Richa! Alô Cavo e entidades competentes. Respeito à população e ao direito do sossego público! Só isso que pedimos.

12.10.07

Capital sitiada

Você chega no local para apenas beber um drink em paz, elas te atravessam um olhar 43. Está lá, no parque correndo, novamente, ela está por lá, usando todo o chamego para conquistar turistas. Você sai pra jantar, ela vem te atender, com toda a peculiaridade que lhe é pertinente, lhe oferece uma coca, mas obviamente com
limão e gelo! Você vai ao shopping, precisa comprar uma camisa. Ela está lá, pra te ajudar.Tudo bem, não é incômodo, a questão não é preconceituosa, a questão é basicamente: porque não ser simplesmente rosa? Porque precisa ser rosa-choque? Fica aí a pergunta.

2.10.07

Alfineta, vai!


"Maria Bethania, tu és pra mim a dona do engenho..."
Durante uma de minhas audições do disco O BOEMIO, de Nelson Gonçalves, percebi as influências da música sessentista em nosso repertório atual: nada efetivo!
Num momento em que as tendências apontam para qualquer lado e para qualquer coisa, as músicas nascem fadadas ao fracasso e ao sucesso.
Por isso, ao invés de buscar músicas novas no limeware, abra o velho case do seu pai e pare para analisar o tal do Altemar Dutra, por exemplo. O lazarento é bom, duvida? Pois é. Eu acho.

Ache algo você também, seu ouvintezinho de Third Eye Blind.

11.8.07

Resguardo, melhor não.

No momento, sou a instabilidade em verso e prosa. Mas nesta altura, pouco me interessa um canto inventado ou um sorriso mal-dado e quem sabe um olhar meio de lado.

Quem sabe desta forma eu convença a todos! Quero sair pelo corredor oposto, meu jeito de certa forma acanhado, reverte qualquer suspeita de subversão. Sou o que se vê, percebe? Quanto mais entendo, mais cético pareço, ponto.

Um sorriso não é agrado, veja só você, hoje me vê como um mau-agouro, mas até pouco me tinha. Meu sorriso é respectivo a minha vontade de dançar no salão. Então não forme uma fila. Não adianta. Os lugares são numerados, faça assim, não aguarde simplesmente a sua vez. Fique por aí, mas enquanto isso, viva fazendo tempo passar. E por favor, não esqueça de usar o corredor principal, ou o da direita, eu simplesmente usarei o outro que você, seja qual for.

26.6.07

3 minutos.

Pega o controle aí pra mim?


Ele resolveu apertar o pause. Julho, férias pra relaxar, para ler, para se entreter.
Vai ali, até Bariloche ou quem sabe até os EUA, visitará o Grand Canion, voará longe, Matinhos, Xangrilá, algo do gênero. Nesse meio tempo irá ao banheiro, lerá o assustador "Medo Mortal" e, finalmente, concluirá a instigante trama de "A insustentável leveza do ser".
Aí ele dá o play novamente e todos viverão felizes para sempre.

16.6.07

Entendendo a tecla SAP


Num período em que o singelo mundo da televisão Curitibana está aberto feito um gibi em minhas mãos, diversas passagens que noto, não poderiam ficar sem registro: os bastidores da televisão e o contexto criado pelo poder que essa mídia oferece. Esse submundo midiático Curitibano pode ser retratado como algo estranhamente contaminado, por algo semelhante ao PODER DO ANEL.
Na trilogia "Senhor do anéis", este poder evidencia até no ser mais seguro de si, os mais implicitos e subversivos sentimentos. Situações essas que acabam sobrepondo qualquer relação positiva existente. O anel representa o poder, o domínio, a evolução, a perda do controle, a perda de interior. Representa tudo e ao mesmo tempo nada.É absurda a forma que o PRECIOSO carma televisivo sucumbe as pessoas nas situações mais nefastas. A busca pelo PODER supera qualquer necessidade efetiva, concreta, monetária ou de realização técnica-profissional. O simples fator de TER o poder faz o belo e virtuoso princípe ser aniquilado, transformando-o num mero projeto do grotesto e imprevisível Smeagol. Como em Lord of Rings, os espasmos bipolares gerados são quase inexplicáveis e em grande parte, quase involuntários. Lembrem-se, Froddo quis enforcar o Robbit!
Tudo isso é curioso mas... bom... ainda bem que não gosto destes *penduricalhos nas mãos.
Ou gosto?
Oh, my preciosous...

7.6.07

Modernices pós-modernas.

Tendências

Ah, como é doce o sabor do sorvete! A tradicional e irresistível combinação do leite com frutas, do leite com chocolate, do leite com...com... com qualquer outra coisa comestível. Os tempos são outros, o sorvete já não é mais o simples e gostoso dolé de groselha ou o tradicional napolitano. O sorvete não é mais a vaca preta, tampouco o esquimó. O sorvete agora é o Sorvetto. Virou o Sorvetto de Gianduia, mutou-se no Incrível Sorvetto de torta belga. O sorvete mudou, revelando suas três faces atuais. O sorvete é o Sorvetto e também é o Gelatto, este, o terceiro elemento da linhagem reconhecida até o momento. Ah refrescante combinação da mais pura polpa de frutas frescas, tranformadas num creme a base d'água, saborosíssimo de fato, capaz de aguçar as papilas gustativas de qualquer um, até mesmo do mais ogro japonês devorador de Aloiz flito.

As minhas raizes me conduzem ao conservadorismo, ao picolé de uva, quiçá ao sorvete de creme. Mas meus desejos do fim da tarde de sábado clamam pelo Gelatto sabor lima roxa Irlandesa de cinco reais. O meu consumismo e meus caprichos de domingo me conduzem até o Sorvetto de Truffa Bianco Duo al Amaretto, de 7 contos, no copinho de 20ml.

Ah, se o Fabiano Marcollini ou o pessoal do Freddo lessem isto. No mínimo fariam o sabor Cremino Tradicionalli, ou seja, o sabor napolitano, mas moderno.

Tendência retrô é a moda! Prevejo: "Gelatto Infanttia" - de raspadinha de groselha, R$7,00, o potinho kids de 12ml. Sucesso absoluto de vendas! Em breve no programa da Ana Hickmman e do Britto Junior!

4.6.07

Discrepâncias do destino


"Ah vida bandida". Assim já dizia o jovem rapaz ao parar para pensar nos feitos que o dia-a-dia o aplicava.
Era incrível como os extremos se aplicavam no cotiadiano do rapaz. No período de desemprego, o icq travava na hora H, o relógio não despertava no dia da entrevista e a mesma pedra da calçada tendia a virar lama na calça. Diariamente era lástima sobre lástima. Mas nas vacas gordas também era inversamente legal: ele chegava no ponto, o ônibus vinha, e vazio. Após contratado, recebeu 16 novas propostas de emprego, tinha um ticket diário de R$ 16,00 e ganhava seguidamente sorteios em rádios e concursos de melhor frase. Situações absurdas.
"Não ostente, não se reduza, não pense". Assim já dizia o jovem garoto ao parar para analisar os feitos que o dia-a-dia o aplicava. Tudo era incrível! Também, depois de ganhar 1.600 reais na Lotomania com 16 pontos. Ele tentava não pensar, mas amanhã é dia 16, dia banca do seu curso de graduação e ele só precisa de 1,7 na apresentação para ser aprovado.

Não pense. Não pense.

30.5.07

Como assim?

Como assim?

Pra ficar com a pulga atrás da orelha basta fazer uso de uma frase com algumas reticências, sabe...
Pronto, algo ficou no ar, a verdade disposta tornou-se mera suposição.
Nós gostamos das certezas para podermos nos deixar parecer por pessoas seguras. Mas no fundo todos torcemos para o acaso surgir, para que a dúvida fique no ar. Algum agrado dado sem uma prévia precaução e pronto, o coração palpita de forma descompasada e a cabeça passa a estar aberta a todas as situações possíveis.
Existem pessoas com o dom da objetividade, mas antagonicamente, existem seres com o feeling da subjetividade. No caso do tema "homens", isso fica até óbvio. As mulheres querem casar com um cara objetivo. Ah, mas até os 27 anos elas buscarão a diversão com os seres mais incógnitos do pedaço.
Mas este texto não pode passar obviamente de uma mera divagação, pois se fosse uma certeza absoluta também, não teria graça. Mas pera aí, se é uma besteira qualquer, por que estou perseverando nisso? Mas aí se é besteira, é um outra confirmação, uma verdade... Ih!

22.5.07

Coke

A boa e velha!

É, não tem jeito mesmo. Entra ano, sai ano e ela continua intocável. A Coquinha de 290ml, aquela da garrafinha! Ah, mas já adiantando, não me venha com copo ou canudinho, a boa coca bem gelada, deve ser bebida no bico mesmo!
Esse mundo mudo moderno já tentou me introduzir (atenção) diversos outros formatos dela, a 600 ml descartável, a latinha ou até a de 1,5lt retornável. Ah não, o sabor não é o mesmo, aquele sabor é inigualável e indescritível, é um gostinho de... coca sabe!
O bom paladar rege: para carnes vermelhas beba vinho tinto, no restante do dia, coca-cola. Ah, também dispuseram ao gosto dos mais desconfiados, a coca-cola light lemon. Para aqueles que gostam do beber com consciência limpa, mas sem mostrar um perfil quadrado.
E para aqueles que gostam de ir contra a maré, típicos conservadores apocalípticos, existe a cini framboesa e também a água. Porém essa última atualmente tornou-se artigo de luxo, então bebamos somente o bom e velho vinho, acompanhados da coca para entreter. A carne complementa.

5.5.07

Slogans


Comer a batata da onda, bebendo o refrigerante que transpira música e ouvindo a rádio da galera, parece interessante. Usar o sabonete que entende você e calçar o chinelo que todo mundo usa, é plausível. Beber o leite mais gostoso parece óbvio, mas comparando ao sabão em pó que limpa mais branco, aí a disputa é forte.

Quando ficamos em xeque, ouvimos a rádio que toca a notícia, quando ficamos
sozinhos, usamos a operadora sem fronteiras. Mas e agora, não ter barreiras ou
investir naquele que apóia o Pan do Rio? Qual é a sua tribo? Tudo isso cansa que só. Fuja dos bordões publicitários então: assista a TV a cabo. Segmentada, muito mais programação para você que é um NET! Opa! E campeonato brasileiro é no canal campeão, é claro.

Não dá, tudo está moldado a sua maior necessidade. E tem coisas que só algumas marcas fazem para você. Vamos fugir baby (gimme you love), sei lá, onde haja um tobogã que a gente escorregue ou talvez onde haja alguma casa noturna, pode ser. Tá, ok então, cogito apenas um drink numa loja de conveniência ou um filme entregue em casa!

Sendo assim você é feliz não? Sejamos. Sorria. O melhor do Brasil são os brasileiros.

Vou te contar viu. Quer saber? Voltarei para Suécia estudar Yoga.

21.4.07

Do zero!


Do zero, recomeçar.

A velha tática de "apertar o reset". Política comum no cenário mundial. A dialética comum aplica este teoria de uma forma bastante sucinta. Tá ruim? Comecemos do zero! O Brasil tem esta prática comum no seu âmbito politico e social. Entrega-se o poder a uma outra mão, pronto, a bomba é tua. Vá lá rapaz, te vira! Mas a funcionalidade desta linha não está ligada propriamente a quem realiza a ação. E sim as pessoas envolvidas no contexto que passam a acreditar juntamente a você e a mim numa mentira. Uma mentira coletiva. Todos mentem e todos acreditam ao mesmo tempo.Voltando a usualidade comum desta tática, como ela se aplica no nosso dia-a-dia?

Lembre-se do filme "Como se fosse a primeira vez". Bem, o nome já é quase auto-explicativo. Mas, apertando o FORWARD, a moça no final acaba vivendo em um barco, aonde seu "amor", o Mr. Deeds (ou algum nome do gênero) todos os dias a acorda com um vídeo explicativo sobre o que se passa, e dia-após-dia é convencida de que, sua realidade deve ser aproveitada como "se fosse a ultima vez". E dessa forma, nós somos acordados todos os dias. Somos apresentados a uma realidade estranha, mas acreditamos neste formato previamente estabelecido entre um comando regente. Aí vivemos todos os dias como se fosse o último, pensando que, numa manhã próxima, acordaremos em meio a um Independence Day ou a uma revolução positiva qualquer.
Mas enfim, me perdi.
Deixe estar então. Vou ficando por aqui, sem ponto final, pois aí o contexto da história fica amplo. E na dúvida, é só dar um reset e pronto! Fica tudo certo e eu volto a ter uma linha palpável e conexa de escrever!
Acredite!

29.3.07

Msn me emburreceu

Como o msn me deixou muito tapado


A praticidade da vida moderna não mente. Para que andar até a outra sub-divisão do departamento de segurança, se o msn pode tranquilamente chamar a atenção e enviar um emoticon com uma carinha de "tcharam" Por que me expor ao carão de ter que falar, se um wink pode traduzir tudo aquilo em instantes, sem devaneios, páh puf e acima de tudo, sem me deixar vermelho. Ah, um sorriso no canto de boca não mente. Esse msn é um ACHADO te digo! ... Não? Quem sabe não!
Todas as questões modernistas ou contemporâneas devem ser contempladas da mesma forma e proporção em que devem ser coagidas. Não sabemos se o que aprendemos hoje é de fato, um exemplo a ser seguido, não existe a verdade absoluta. O amanhã pode desmentir o ontem e o hoje, pode desmascarar teses, deflagrar livros e ridicularizar ensinamentos. Posso até apostar com você que, em breve, a casa do Paulo Coelho cai. Atente-se aos falsos profetas. Não diga amém a tudo, mas também não jogue um cocktail molotov em qualquer ditado popular. Apenas pergunte por que, numa dessas dá algo divertido - ou trágico. Vem daí a questão de contestar a cor do céu azul e rechaçar com o minuto de sabadoria. Mas opa, péra lá. Nada de modelo de rebeldia pré-moldada também, longe de mim querer ser mais um pichador sem causa. Apenas estou contextualizando a questão de que sim! O icq pode ser muito bom ainda!

24.3.07

Joga Bonito, piá

Campanha de cunho institucional relevante a novos craques do esporte bretão. A marca mostra-se com o mesmo ideal dos jovens, que visam acima de tudo o reconhecimento por ter um jogo plástico e diferenciado. Quem é aquele moleque da camisa 07, parece levar jeito hein?

Target da campanha: Adolescentes de 07 a 16 anos, pertencente as classes A e B, que se identificam com o mundo do futebol e suas magias.

Público secundário: Outros jovens de classes inferiores que se entregam ao encantos do esporte das multidões.

Segue o Clipping de notícias referente a campanha:

GAZETA DO POVO, 7 de abril, segunda feira. CADERNO ESPORTES:"Ronaldinho, da infância pobre ao estrelato. Jogador brasileiro dá show na Espanha, marcando gol de placa ao usar chuteira de ouro.

GAZETA DO POVO, 7 de abril, segunda feira. CADERNO PARANÁ:"Preto, pobre, magro, rápido e esperto é pego roubando tênis em loja de grande rede esportiva no shopping Estação Plaza".

15.2.07

Eficacia x eficiência


Eficacia x eficiência

Falarei da história do jovem Mário de Carvalho e Souza, vulgo Garibaldo. Ele era um cara popular dentre a comunidade que convivia. Trazendo o apelido de Garibaldo, era tido como um ser divertido, educado e bastante charmoso. Por anos carregou o fardo da boa conduta. Qualquer atitude desmedida era motivo de bafafá, principalmente dentre os mais novos. Garibaldo não podia sequer alcoolizar-se que já virava assunto nas diversas rodinhas de fofocas: "Vocês viram como ele tava ontem? Meu Deus! Parecia outra pessoa, todo fechado, com olhares atravessados, mais estranho, impossível".

Aí nos questionamos sobre a popularidade do rapaz: Qual será o verdadeiro Garibaldo? O recluso e desconfiado? Ou o mais vendido, o mais entregue e mais aceito? Difícil concluir.
É, Garibaldo era eficiente!

Bons tempos aqueles em que ele andava por aqui. Mas derrepente ele entristeceu, ficou mais calado, com menos cores, quase um tom de sépia. Garibaldo passou a ser simplesmente Mário. E, levando seus pertences na mochila, partiu, praticamente deixando Garibaldo numa caixa de papelão selada e posta debaixo da casa de sua tia Carmen.

Dizem que Mário, longe daqui, ganhou cor, ganhou simpatia, ganhou uma carta de aceite da população local, mais especificamente da população de Presidente Prudente. Hoje ele tem um sorriso discreto, não é motivo de comentários nas rodinhas, sempre passa despercebido. Ele não se expõe, apenas deixa estar, fica em Stand by permanentemente. É feliz. Hoje Mário não come mais ninguém, a não ser quando bebe um pouco, aí, inversamente ao passado praticamente traveste-se de Garibaldo, por algumas horas só... e ataca, ataca vorazmente. Ah se ataca!

Mas "esse" novo Garibaldo não é falado por aí, é guardado a sete chaves na mente de algumas dezenas de senhoras de Presidente Prudente e região.

Ah, agora sim, Mário é eficaz!

10.1.07

Hei de ser

Hei de ser!

Olha, devo dizer que aprecio bastante as pessoas que transpiram simples sentimentos de despreocupação. Descompromisso com o se portar adequadamente em demasia, desinteresse pela vaidade, desapego, em certo ponto, com a forma de como se é percebido pelos outros.

Algumas pessoas possuem esta virtude. Hei de ser virtuoso assim um dia.
Virtude de andar pelas ruas chupando manga e sorrir para as vizinhas gatas, sem ligar.
Virtude de estar parado no ponto do ônibus - pronto para encontrar uma pitchula - e ser sinalizado por uma senhora que saia do carro: "hei, pode cuidar" e retribuir o gesto com um sorriso, e um outro "bem cuidado tia" e continuar sentindo-se bem consigo mesmo.
Virtude por não carregar rancor do entrevistador que o relegou emprego, simplesmente por não concordar com o seu super-herói preferido.
Virtude por buscar entretenimento em pequenos detalhes esquecidos pela vida.
Virtude em admirar pessoas que saibam contar causos pessoais, mas principalmente, virtude em buscar ter contos pessoais para contar também.
Ah! E a virtude de ter um bom nível de humor ao escrever, tal qual o Dostoievski.
Hei de ser. Hei de ter.

19.12.06

Demagogia pueril.

Normalmete falo muito comigo mesmo. Antes eu falava até mais, mas agora ando meio caladão mesmo.
Geralmente sou um de meus melhores amigos. Mas por muitas vezes sou meu grande algoz. Não admito meus maiores fracassos e ainda desvalorizo meus principais êxitos. Gosto de me indagar sobre porques sem explicação. Mas não ter porques, neste caso, me parece uma hipocrisia.
Partindo do princípio de que eu mesmo estou me subjulgando, então seria eu o hipócrita ou um mero demagogo?
Wrongway.
Assim estou somente me depreciando. Acho melhor eu continuar com o perfil calado. Flertarei somente comigo, como sempre foi.
Talvez seja a melhor escolha.
Ó quei então, vamos indo pra lá agora, eu, minha demagogia fugáz e meu espírito sapeca.
Somente nós, não mais com você, assim, como vinha sendo ultimamente.

28.11.06

Apenas Jovem


Após 4 anos de convivência acadêmica, o fim é anunciado. Acabou a farra. O rapaz está entregue ao mundo. De mala e cuia, encara a cidade grande carregando junto a seu corpo uma placa trazendo os dizeres: "contrate um recém-formado, excelente relação CUSTO x BENEFÍCIO" (o custo aí pode-se traduzir em, teoricamente, sem custo).

Mas nos primórdios, tudo era tão mais fácil para o jovem Deverson. Desde criança estudou pela manhã, exercia o ócio a tarde, pela noite ajudava a cuidar da mercearia e casa de despacho de seus pai. No periodo da madrugada se entretia com joguetes rudimentares e com leituras do tipo "Guia dos curiosos 7 - falando das praias" ou com revistas do tipo "Guia do Brasileirão de 1993 - saiba tudo sobre a sua equipe".

Mas enfim, ele gostava de estar munido de algo para contar aos outros. Assim, os anos se passaram, Deverson ingressou na faculdade, espalhou curriculos, fez milhares de entrevistas, passou por pequenos estágios, este os quais o ajudaram a perceber o quão peculiares são as pessoas que o direcionavam na "mostra do caminho a seguir".

De uma forma geral, não conseguiu construir uma base experiencial numa grande empresa DO RAMO e hoje está se formando, mas mesmo assim, apesar dos pesares, continua confiante num futuro BACANA que virá. Acima de tudo, Deverson espera prosperar no mercado de trabalho.

Ele se mostra um rapaz ANTENADO, cheio de conhecimentos úteis por incrível que pareça. Rapaz polivalente, agora está se prostituindo por um cargo qualquer dentro de uma empresa de médio porte em processo de expansão. Deverson cita: "eles me dão o emprego, eu preencho a empresa e os funcionários com conhecimentos úteis, reestruturo a base de administrativa deles, que não me pagam nada por isso, fazem de conta que resolveram modernizar a estrutura organizacional da empresa e no final, alguém me acha UM FIGURAÇO e me leva embora de lá por milão mensal".

Com milão por mês, Deverson poderá comprar várias revistas e livros sobre curiosidades, tipo "o almanaque dos anos 80", poderá cursar diversos cursos de extensão todo mês, se gabaritar em administração natalina e em breve, ser contratado por uma empresa que lhe pague 4 mil e quinhentos reais por mês.


Com esta MESADA, aí sim, Deverson poderá enfim, conhecer Florianópolis, Bariloche e a Costa do Sauípe. Finalmente cursar uma faculdade reconhecida como SÉRIA, no caso, medicina Veterinária e enfim, ser reconhecido como uma pessoa coesa e interessada em crescer na vida, um visionário digamos.

E em breve: DR. Deverson.

25.11.06

Um par

Poxa vida, eles eram tão parecidos. Combinavam tanto. Dava pra ver no jeitinho que se olhavam. Que passavam as tardes juntos. Os dois gostavam de beber suco de picuíba e encher a cara juntos, os dois fumavam cigarro de cravo juntos, os dois eram seres serenos, reclusos e afáveis. Eram uma dupla perfeita digamos. Os dois mais pareciam um só.

Gilberto era sinônimo de Kendra para nossa família e para os amigos.
Ô vida maluca essa viu. Quem diria que tudo isso iria acabar assim. De uma hora pra outra ele virou esse Porra-Louca. Deixou de fumar, passou a praticar esportes e sair de vez em quando com os amigos. Mesmo sem beber exageradamente era um cara engraçadíssimo. Por sinal dizem que tá ganhando horrores naquela multinacional de carros lá.

Olha, digo mais, ficou muito estranho, parece até uma outra pessoa. Educado como sempre, tudo bem, mas sei lá, traz sempre um sorriso no rosto. Re-afirmo, desconfio sempre. Não consigo acreditar que seja sempre verdadeiro. Ninguém fica tão feliz assim do dia pra noite.

E ela, a Kendra, meu Deus, sem ele virou outra pessoa. Hoje é tão mais bonita, veste-se melhor, traz adereços nas roupas e nos cabelos, estampa um estranho sorriso no rosto. Alguma coisa escondida tem aí. E o engraçado é que ela passou a praticar aulas de YOGA, vê se pode?! Uma menina tão quieta não precisa disso, me desculpe. Só pode ser perturbada. Não sei não, deu também para se passar por intelectual. Agora faz aulas de Francês. Desconfio que esteja usando drogas.

Essa mesma história que ela não para de repetir, pra mim é desculpa esfarrapada, como é mesmo que ela diz? "Eu só estou sendo uma moça mais feliz". Só pra cara dela mesmo!
Vê se pode, os dois combinavam tanto e agora estão assim, duas pessoas completamente diferentes. Diferentes do que eram, mas semelhantes contextualmente entre si.

Essa vida é cheia de trambiques, daqui a pouco resolvem se encontrar de novo. Aí, quem sabe, passarão a viver juntos novamente. Casamento seria uma boa saída pra esses dois. Não querendo me meter, mas acho que esses dois aí foram feitos um para o outro. Eu era acostumado com o Gilberto de antes. Esse sim era outro cara. Um bom cara, antes de ficar louco e resolver entrar nessa de "seguir o rumo". Que seguir o rumo, cada um tem o seu guardado. Mas não, ao invés de ficar quieto no canto quis arranjar essa de se aventurar.

Vai ser duro de acostumar com a ideia. Mas pode ser.

10.11.06

Atenção


Estamos em manutenção para melhor atendê-la(o).
Em 1 semana voltarei a divagar sobre criações publicitárias, criações de vacas tricolores, criações de mitos no estado do Tocantins, entre outros assustos bacanas.
Agradecemos a Preferência.
A Gerência.

18.10.06

Maquiando Clichês

Maquiando clichês

O que vem a ser de fato, "possuir um bom repertório"?
Basicamente uma simples questão de ego e de sobrevivencia social. Se você possui um bom repertório, poderá participar de inumeras conversas maquiadas. Momentos estes que podem ser vistos como envolvedores de clichês de cunho Cult.
Questionar uma situação mercantil e apontar Karl Marx como o dono desta perspectiva toda a décadas, já permite uma bela situação armada.
Se você tem um mínimo repertório, já poderá divagar sobre este momento que muitos estão repletos de conhecer de maneira superficial.
Dá quase no mesmo que falar do tempo! Mas com um fator de auto-elevação e socialização.
Ego!
Ah, voce também poderá fumar charutos e beber whisky 12 anos, basta ter repertório. O que é um 12 anos envelhecido em barril de carvalho? Nada como um cubano, ahh!
Etc.
Outro Clichê Cult que requer apenas um bom repertório, está ligado a cinema. Um mínimo senso de reconhecimento e de ligação entre títulos famosos e seus diretores, pronto. Você está apto a falar de cinema nas mais diversas rodinhas de intelecto. Memória seria o ítem básico pra isso.
Já que as análises são todas abertas mesmo, então o que vale é saber, pelo menos, 3 filmes que o Kubrick fez. O resto depende muito do ponto de vista não é?
Dalhe repertório!

Falar de clichê é um clichê alugado a Cult também.
Contraditória minha situação neste instante? Foda-se.
Enfim. Possuir repertório é importante. Para comentar aqui também. Sabe como é né? Ego!

10.10.06

Pra pensar


Padre Plinio, pessoa paciente, pediu pra parar, piá perdido. Pereira parou porque poderia pagar por pintar pedidos perdidos, pudera! Perder pedaços? Pagar pato? Premonição, pô: praga pega. Pós pois, parou, porém, ponderou pequeno pitaco:
- Pedinte piaba, pendura petisco, perceba: pagamento perdido.
- Paraguaio pitoco, perdura pergaminho: patuá perdido.
Pudera pois, pô piá persistente. Perdura pagando pulgueiro? Patético, pare por piedade! Porém, passam por parentes persistentes: "pois perdoar preciso." Para prosseguir, para potencializar, para prometer, pode-se piorar! Pára pra pensar: por quê? Para provar. Picuinha? Provável! Pensemos possibilidades: pintar postes, perfurar paredes, persuadir pessoas. Pensou? Pronto pra prosseguir. Parte pensada, promessa perpetuada. Ponha-se pra pulverizar: pense positivo, porém peça permissão. Próximo passo: passe prum plano preferencial. Projete-o. Provável para pessoas perfeitas. Pensou? Prescreva pequenas possíveis pendengas. Pense porque perduram. Pensando? Por que parou? Posso prever: pensou pequeno, perdeu pequenos passos (por pirraça, provável). Pleonasmos permitidos. Por piedade! Paciência perdura porém, plano premeditado pouco pega.

Pronto, parei.